Fundação Cultural de Blumenau rende homenagens ao comendador da cultura Pedro Dantas
Escultor e bailarino baiano, radicado em Blumenau, faleceu nesta terça-feira aos 77 anos.
O escultor e bailarino Pedro Dantas faleceu nesta terça-feira, dia 29, aos 77 anos. Por conta disso, a fachada da Fundação Cultural de Blumenau (FCBlu) e as cinco salas do Museu de Arte (MAB) receberam fitas pretas. Além disso, a bandeira da cidade hasteada defronte ao Mausoléu Dr. Blumenau ficará a meio mastro por três dias em sinal de luto. Em 2017, ele recebeu a Comenda do Mérito Cultural Rose Gaertner, a mais alta honraria cultural do município, concedida pela Prefeitura e FCBlu. O corpo do artista foi velado nesta quarta-feira , dia 30, no Cemitério São José.
Pedro Dantas será homenageado pela Fundação Cultural em março, na abertura da 1ª Temporada de Exposições do MAB, um evento tradicional que reúne a comunidade ao longo do ano em suas cinco edições. Atendendo a mobilização de admiradores, a FCBlu planeja montar em julho uma exposição com acervo de colecionadores. A data foi escolhida para lembrar o mês de aniversário do escultor.
Dantas nasceu em Mirandela, na Bahia, mas escolheu Blumenau como sua “pátria”. Ainda na infância, transformava argila em obras de arte. Como bailarino, dançou nas mais importantes companhias do mundo, incluindo Itália, França, Grécia, Alemanha, Áustria, Holanda, Dinamarca e Rússia. Apresentou-se como bailarino em mais de 100 países. “Atuou com Carla Fracci, Rudolph Nureyev, entre tantos outros nomes sagrados do balé”, recorda o presidente da Fundação Cultural, Rodrigo Ramos.
Logo em seus primeiros anos vivendo na cidade de São Paulo, Pedro Dantas conviveu com artistas e bailarinos. Foi quando descobriu em sua alma a paixão pela dança, tendo como seu primeiro palco o Teatro Municipal de São Paulo. Na adolescência, em busca do aperfeiçoamento, foi estudar na Escola de Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Frequentou escolas de grandes mestres da época como Maria Olenewa, Tatiana Lescowa, entre outros. Atuou por quase 20 anos fora do Brasil.
“Durante a sua jornada como bailarino, quando sofria alguma lesão, aproveitava os períodos de repouso e dedicava-se as suas atividades de reflexão, que eram a pintura e a escultura”, comenta Rodrigo Ramos. “Ao final da década de 1970, retorna ao Brasil tendo como destino Blumenau, onde foi convidado por Ingo Hering para dirigir a Escola de Ballet do Teatro Carlos Gomes. Introduziu novos conceitos e sempre preocupado com a perfeição e a técnica da dança, formou grandes bailarinos.”
Também ministrou aulas de balé em Joinville, onde, juntamente com a artista plástica Albertina Tuma e o professor Carlos Tafur, ajudou a idealizar o Festival de Dança de Joinville, que em 2005 foi citado no Livro dos Recordes, no capítulo Festivais e Tradições, como o maior do mundo. Dançou profissionalmente até os 40 anos e se despediu dos palcos aos 58, em uma apresentação no festival joinvilense.
Artes visuais
Nas artes visuais, Pedro Dantas consolidou-se como um artista contemporâneo. Desde criança desenvolvia belas artes com desenhos, pinturas e esculturas, mas foi a escultura que prevaleceu com obras compenetradas de paixão pela dança e as vivências do artista pelo mundo. Pedro homenageia bailarinos que fazem parte de sua vida, imortalizando-os com obras que levam os seus nomes.
Nas artes visuais, Pedro Dantas consolidou-se como um artista contemporâneo. Desde criança desenvolvia belas artes com desenhos, pinturas e esculturas, mas foi a escultura que prevaleceu com obras compenetradas de paixão pela dança e as vivências do artista pelo mundo. Pedro homenageia bailarinos que fazem parte de sua vida, imortalizando-os com obras que levam os seus nomes.
Sempre muito atento e com poder de observação minucioso, adquiriu perspicácia para desenvolver obras em bronze, resina e outros materiais, perenizando o movimento de virtuosos bailarinos. A primeira escultura que retrata o movimento de bailarinos foi esculpida em Roma (Itália), dedicada ao bailarino Rudolf Nureyev, feita em gesso.
Como escultor, tem trabalhos no Brasil e no exterior, integrando acervos públicos e particulares. Em Blumenau, três de seus trabalhos estão em exposição no jardim do Teatro Carlos Gomes, além de obras constantes no MAB. Como reconhecimento do seu trabalho, o Estado de Santa Catarina também lhe concedeu a mais alta honraria cultural, a Medalha Cruz e Souza, pelo conjunto de sua obra. “Deixa um legado artístico imensurável na cena catarinense. Era a própria arte em movimento”, conclui o presidente da FCBlu.
Por: Sérgio Antonello
Fundação Cultural de Blumenau rende homenagens ao comendador da cultura Pedro Dantas
Reviewed by Curta Blumenau
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janeiro 30, 2019
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